Para quem escrevo e a persona carcereira

Livrando a Mente 💭 #Edição 22

Certa vez, ao tentar vender algo, fui perguntado qual é a sua persona?, seu padrão de cliente. Situações normalmente seguida por um silêncio em que eu elaborava uma boa mentira para esconder minha ignorância.

“Minha persona é alguém que tem vontade de comprar meu produto” - eu respondia quando não estava inspirado.

Ao conseguir, após muita luta, criar uma persona, passei a elaborar conteúdos e estratégias, direcionados a ela.

Se fosse um homem, a regra devia ser praticidade e eficiência. Se mulher, conexão e qualidade.

O resultado até melhorou, mas havia um problema, não estava gostando nem um pouco de fazer algo pensando sempre em quem iria receber, e deixando meu gosto de lado.

Ao deixar que as necessidades do mercado ditassem o que eu falava, senti-me em uma prisão, e a persona era meu carcereiro.

Tive algumas vendas, e percebi que venderia mais caso persistisse; a questão era, a troco de quê?

Valeria realmente a pena o crescimento com a realização de algo que não me levava em consideração o que eu gostava de fazer?

Percebi nessa época como o sucesso pode ser uma prisão, obrigando-nos a fazer algo pelo dinheiro para compensar o esvaziamento interior, igual a um hamster em uma gaiola que corre em uma rodinha e não sai do lugar (sem propósito), mas tem comida e água (bens materiais) de sobra.

Todos estamos sujeitos a essa rodinha, que é de difícil identificação por mudar muito de forma, pode vir como dinheiro, estabilidade, status, poder.

A questão é saber se a comida e água da gaiola compensariam ficar girando na rodinha.

Saí do pequeno negócio (para não dizer micro haha) antes que os ganhos me transformassem em um escravo da persona, e decidi procurar algo que eu realmente gostasse de fazer.

E eis que vim parar aqui em uma newsletter. Que também tem leitores e, naturalmente, personas.

E então? Mudei de prisão ou só mudei de carcereiro?

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