Por que você deve ir à guerra?

A maior batalha humana

Se tem uma capacidade que nos parece inata é a de entrar em confusões. Somos mestres em entrar em discussões sem sentido, bate-boca vazios ou disputas ferrenhas por nada; por outro lado, falhamos miseravelmente em preveni-las.

E como senhores da guerra, geramos os mais diversos conflitos, desde os domésticos até os mundiais. Parece que o estado de calma e serenidade não é algo natural nosso, já a raiva e rancor, parecem fazer parte de nossa programação.

Nesse modo de atuar nos afastamos de quem amamos, destruímos relações e, em outro grau, cometemos genocídios e outros horrores em busca de objetivos vazios.

E cada uma dessas batalhas tem uma justificativa, uma maquiagem que esconde os interesses e a torna socialmente aceita, mais vendável.

A guerra para acabar com as guerras

A primeira guerra mundial (1914-1918) foi conhecida por ser “a guerra para acabar com todas as outras guerras”. 40 milhões de vidas perdidas depois, só serviu para abrir espaço para uma ainda maior, que matou 56 milhões, a segunda guerra mundial.

O ataque às torres gêmeas em setembro de 2001, que matou 2753 pessoas, levou ao surgimento da guerra contra o terror, que matou 4,5 milhões.

Muito mal já foi praticado em nome do bem, mas o homenageado nunca esteve presente em tais eventos. Afinal, bem não surge a partir do mal praticado.

A rainha das guerras

Mas e se eu te falar que todas essas batalhas quase não tiveram vítimas se comparadas a uma outra?

Uma batalha que arregimentou bilhões de pessoas, e levou a óbito outros bilhões?

Um conflito cujos efeitos são sentidos em toda a sociedade, inclusive, todas as guerras que já existiram foram apenas consequências suas.

Trata-se de uma guerra compulsória, em que todos os soldados são obrigados a comparecer. Não há como se esconder, pois todos já se encontram em campos de batalha.

Essa batalha ocorre diuturnamente, e seu objetivo é controle da mente humana. Vencer a batalha é sinônimo de domínio, extermínio do exército rival e tomada de decisão.

Muito já foi escrito sobre essa batalha, mas poucos chegaram perto da beleza e profundidade que o livro indiano Bhagavad Gita alcançou. Mas antes, deixa eu te falar do dilema de um guerreiro.

O dilema do guerreiro Arjuna

Arjuna é um príncipe e guerreiro do exército e, por isso, tem o dever de guerrear.

Ocorre que, ao chegar ao campo de batalha, percebe que há parentes seus tanto no seu campo de batalha, como no do adversário, no exército inimigo. E isso o faz parar.

Como poderia travar uma batalha contra primos, tios e amigos seus? Que glória poderia haver no extermínio de pessoas de sua família, com quem passou momentos importantes de sua vida.

Nesse dilema moral Arjuna não sabe o que fazer diante da iminência de uma guerra de que não quer participar.

Eis que aparece o Mestre que, contrariamente ao que imagina Arjuna, orienta que ele vá à batalha, cumpra seu dever e extermine o lado adversário.

Desempenha bem o seu papel

Todos os dias passamos por essa guerra em nossas mentes, a todo momento sentimos forças contrárias lutando, dentro de nós, pela decisão do que fazer.

O Mestre representa o que há de bom, de divino em nós; parte de nossa consciência que sabe o que é o certo e quer se comportar assim.

Arjuna somos nós, um guerreiro pertencente a um exército nobre de forças elevadas, mas que tem que travar batalhas com um exército mais numeroso de vícios que querem nos dominar.

Nosso papel na vida é fazer com que as forças elevadas (virtudes) ganhem a maior parte das batalhas contra as inferiores (vícios), de forma a ter uma vida de mais propósito, leve e feliz.

Mas que exércitos são esses?

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